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Ansiedade: Como lidar?

  • Nadine Bonavita
  • 12 de abr. de 2018
  • 3 min de leitura

Todos nós vivenciamos significativas doses de "ansiedade" no curso de nossos dias.

Em meio às experiências trazidas com a ansiedade somos frequentemente abordados pelas pessoas que nos cercam com comentários como:

- “Você está pensando demais”

- “Você está sendo muito negativo”

- “Você está se cobrando demais”

- “Você está levando tudo muito a sério”

- “Pare de achar que o pior vai acontecer”

Essas formulações, invariavelmente, estão embasadas em reações aos nossos comportamentos, já que acabam exteriorizando nossa apreensão, preocupação e medo.

Esses comportamentos, em grande parte, estão associados à sintomas físicos, tais como: tensão muscular, dores de cabeça, dores no estômago, aceleração dos batimentos cardíacos, dentre outros, e relacionados com aspectos cognitivos, tais como: pensamentos ilógicos, dificuldades de concentração e alteração no sono.

Tudo isso pode gerar irritabilidade e por vezes ser visto e entendido apenas como nervosismo.

Por mais incômodas que tais sensações possam parecer, é preciso compreender que a ansiedade é saudável quando expressa uma reação normal à situações estressantes da vida.

A ansiedade, quando analisada sobre seu aspecto evolutivo, serve como um sistema de hipervigilância que nos faz detectar ameaças em potencial.

Ou seja, quando a ansiedade é coerente com o que está sendo vivenciado pode nos preservar, em relação a situações desagradáveis, evitando que nos coloquemos em risco. Assim, por exemplo, ficar ansioso quando em face da tomada de uma decisão importante pode fazer com que procuremos mais informações, conhecimentos, detalhes, de modo que optemos por decisões mais assertivas.

É preciso relembrar que a ansiedade foi essencial para a sobrevivência dos homens na época das cavernas. Os receios, os medos, certamente, serviram para nortear condutas, permitindo que nossos ancestrais optassem por medidas de sobrevivência que permitiram a perpetuidade de nossa espécie.

Contudo, na atualidade, alguns “alarmes internos”, disparados pela ansiedade, nos impulsionam em comportamentos excessivamente cauteloso. E em alguns casos, a ansiedade pode se tornar demasiadamente exacerbada, causando sofrimento e impossibilitado que possamos racionalmente agir diante de determinadas circunstâncias. Em casos extremos, como os de fobia, a ansiedade pode nos paralisar.

Mas por quê isso acontece?

Porque alguns de nós têm sistemas de ansiedades mais sensíveis que outros, porque alguns de nós evitam situações que podem estimular a ansiedade e ou porque alguns aprenderam com o tempo a lidar melhor com o que lhes gera ansiedade (não raras vezes estimulados por técnicas de meditação, relaxamentos e práticas respiratórias).

O fato é que ser mais predisposto à experienciar ansiedade intensamente não é um defeito mas uma condição tratável. Esquivar-se de acontecimentos que podem levar à desconfortos não nos permite viver plenamente. Portanto nos resta conhecer melhor sobre nossa ansiedade para que possamos saber como reagir à ela.

Resumindo, na maioria das vezes, a ansiedade não é em si o problema. O problema reside na forma que a percebemos e como respondemos a ela. Para auxiliar no manejo da ansiedade são necessários 3 elementos básicos:

· autoconhecimento quanto aos padrões de pensamentos e comportamentos existentes que desencadeiam e mantêm sua ansiedade;

· aquisição de ferramentas e estratégias práticas que te permitam encontrar seu equilíbrio e focar no que é preciso; e,

· autoconfiança no que diz respeito à crença na sua capacidade de enfrentamento de suas dificuldades.

Com isso, não podemos suprimir o que estamos sentindo com um simples “Não se preocupe” ou “Não se estresse”. Até porque é bom poder estar preparado caso as coisas deem errado. Como diria Alice Boyes em seu livro The Anxiety Toolkit: “Navegar com sucesso pela ansiedade envolve aprender a aceitar, gostar e trabalhar com a sua natureza em vez de lutar contra isso”. Quando não te atrapalha, a ansiedade pode até mesmo te ajudar.

Referência:

Boyes, A. (2015). The anxiety toolkit: Strategies for fine-tuning your mind and moving past your stuck points. Penguin.


 
 
 

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