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O lado bom de ter expectativas

  • Nadine Bonavita
  • 15 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

Alguns podem dizer que não há influência sobre a forma que você pensa sobre seus filhos e a maneira como eles agem. É verdade que o desenvolvimento da personalidade não é determinada apenas pelos pais. E que nem tudo que você gostaria que seus filhos se tornem se concretizara. Ainda assim, nossas expectativas são motivadores poderosos do comportamento das crianças.

Vou ilustrar um pouco melhor isso contando sobre um experimento descrito por LoBue (2018):

Pesquisadores selecionaram ratos com características comuns e os distribuíram entre dois grupos de estudantes. Para um dos grupos foi dito que os ratos deles eram “brilhantes”, os quais deveriam apresentar performance superior aos ratos considerados “lentos” que foram designados ao outro grupo. Todos os estudantes tinham a mesma tarefa, treinar seus ratos para que eles percorressem um labirinto. De modo geral, os ratos vistos como “mais espertos” tiveram maior êxito do que os demais ao final do teste. Além disso, ao longo dos cinco dias de procedimento, foi constatado que houve aprendizagem por parte dos ratos que desempenharam melhor enquanto o restante não mostrou diferenças significativas.

O que isso pode de fato nos dizer? De acordo com os mesmos pesquisadores, as expectativas de cada estudante se expressou na maneira com que lidaram com os ratos, de forma que elas fossem coerentes com o potencial esperado sobre eles. Isso quer dizer que a forma como foi pensada a capacidade do rato serviu para que ela fosse, nesse caso, atingida ou não.

Se tratando de seres humanos, anos depois, os mesmo pesquisadores tentaram explorar esse fenômeno em um ambiente escolar (LoBue, 2018). Os resultados foram parecidos. Alunos que foram aleatoriamente escolhidos e rotulados como “destacados” aos professores, ainda que apresentassem QI semelhante a maioria da turma, foram aqueles que se sobressaíram ao final das avaliações. Ficou-se entendido que os estudantes que foram visto como os que ‘deveriam’ ter sucesso tenderam a corresponder a isso.

A relevância de tudo isso está em nos atentarmos ao quanto as nossas expectativas estão adequadas. Claro que é fundamental que haja um limite entre a exigência e a esperança. Sabendo que o que pensamos pode auxiliar a aprendizagem e o desempenho de alguém nos leva a sermos mais precisos na busca pelo melhor. Assim, em vez de nos preocuparmos com o quão ruim algo pode ser, ainda que seja importante sermos também realista, podemos pensar em crianças “brilhantes” para que elas possam também se sentirem assim.

Referência:

LoBue, V. (2018, Setembro 10). The Baby Scientist . Retrieved Setembro 12, 2108 from Psychology Today: https://www.psychologytoday.com/intl/blog/the-baby-scientist/201809/expect-the-best-the-power-expectation

 
 
 

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